Estudante medalhista do Câmpus Formosa participa de evento científico pela OBA, em São Paulo

Estudante do IFG/Câmpus Formosa visita Museu Interativo de Ciências com demais medalhistas

A agenda desta semana esteve cheia para o aluno da segunda série do curso Técnico Integrado em Saneamento, Cairo Henrique Vaz Cotrim, agora, dono de 11 medalhas em olimpíadas de conhecimentos. Acompanhado do professor Daniel, do Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), ele viajou para São José dos Campos, interior de São Paulo, no domingo (19), para participar da Jornada Espacial, evento que se encerra nesta sexta-feira (24) e que faz parte da premiação da 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Devido à excelente nota conquistada por ele na OBA - Cairo gabaritou a prova de astronáutica –, o estudante foi um dos cerca de 60 alunos e alunas de todo o Brasil a participar da Jornada.

Ao receber o convite, em outubro, para participar da Jornada Espacial, o garoto, que fez aniversário no mesmo mês, pediu de presente à família a viagem para São José dos Campos. Os recursos vieram de vários lados: parte chegou pelo Programa de Capacitação Estudantil (Procap Estudantil) do Instituto Federal de Goiás; outra parte, pelo professor Daniel; e outra, pela família. De malas prontas, Cairo embarcou no domingo, em Brasília, para São Paulo. "Esse presente foi melhor do que qualquer jogo de videogame que eu poderia ter pedido, pois aí entra a questão da felicidade imediata e a felicidade a longo prazo. Enquanto um jogo me proporcionaria uma felicidade somente pelo tempo que eu jogaria, o conhecimento que adquiri neste evento é eterno. Não vejo felicidade mais digna do que aquela proporcionada pelo conhecimento", disse o estudante.

Ainda no domingo, na solenidade de abertura, o medalhista conheceu o Programa Espacial Brasileiro na palestra de Alexandre Macedo de Oliveira, da Agência Espacial Brasileira (AEB). De segunda a sexta-feira, estudantes e professores se dividiram entre atividades no hotel e fora dele, com palestras de especialistas e visitas guiadas no INPE, Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Museu Interativo de Ciências (MIC). O professor Daniel relata que conheceu assuntos de novas áreas, como a engenharia, foco da Jornada. “Pude aprender muita coisa que posso utilizar nas minhas aulas, algumas ideias, referências. Com certeza vou poder enriquecer as minhas aulas com o conhecimento que eu adquiri aqui”, afirmou.

Esta diversidade de campos abriu ainda mais o leque de opções de Cairo Henrique, que deseja cursar Física. “Diante dos vários conselhos e palestras que ouvi, aprendi que a área espacial é tão diversa que cabem várias formações, principalmente física”, contou. O participante conversou com um engenheiro e um matemático sobre carreira profissional:  “Recebi conselho de um engenheiro, que disse que haverá alguma área da física que vou gostar mais do que as outras, e é essa que devo escolher. Um matemático aqui também me mostrou essa diversidade da área de exatas”. 

A semana foi de imersão, e eles aprofundaram os conhecimentos sobre construção de foguetes, interpretação de imagens de satélites, sistema de posicionamento global, mundo espacial, construção de plataforma de lançamento de foguetes, satélites de comunicação e televisão, dentre outros. "Ampliou muito a visão que eu tinha sobre a astronomia e a astronáutica. Aqui, não aprendemos somente alguns conceitos sobre o espaço e etapas importantes de foguetes e satélites; também fui agraciado com uma tremenda ampliação de como eu via a ciência e tecnologia espacial", afirmou Cairo.

As visitas guiadas também foram momentos especiais, nos quais puderam observar a física na prática, com protótipos e objetos elaborados para demonstrações. "O que eu mais gostei foi a visita ao MIC: simplesmente fantástico. Tudo limpinho, colorido, chamativo, gostoso. É muito legal ver e entender os experimentos que me foram apresentados no museu. Não entendi alguns, mas isso serve como inspiração para estudar ainda mais para compreendê-los. Teve uma hora que todos deram as mãos e tomaram um choque elétrico juntos; foi tão forte que causou contração nos músculos. Ninguém se machucou! Então foi divertido", revelou.

O evento científico proporcionou ainda novas amizades. Jovens de todo o país tiveram a oportunidade de conhecer outras realidades por meio de pessoas diferentes, mas alinhadas com o mesmo propósito: a busca de conhecimento. “Conversei com muita gente, mas os destaques foram o Yan e o Lucas, colegas de quarto. É importante para o networking e para a expansão da ótica cultural. No geral, ficar só em um local apodrece o cérebro por falta de estímulo. É muito importante expandir os nossos conhecimentos científicos e culturais, de forma a termos uma visão mais plural sobre o mundo. Digo isso porque pude conhecer culturas de todo o Brasil por aqui, foi muito interessante”, justificou.

A OBA e a Jornada Espacial são realizadas pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). No entanto, também têm participação a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Medalhistas

O Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás tem sido celeiro de medalhistas em olimpíadas de conhecimentos. Assim como Cairo, que só este ano recebeu medalha de ouro na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) e na Olimpíada Mandacaru de Matemática 2023, medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Ciências Humanas (OBCH) e medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Biologia Sintética (OBBS), o Câmpus tem outros premiados.

Em 2023, foi premiada com medalha de ouro na OBBS a estudante da terceira série de Saneamento, Ana Paula Lessa e Souza, e com medalha de prata na ONC, a aluna da segunda série de Saneamento, Sthefany Alves Fernandes. Na Olimpíada Brasileira de Biotecnologia (OBBiotec), recebeu a Medalha Futuro Cientista a aluna Camila Rafaela Souza dos Anjos Santos, e certificados de honra ao mérito, os estudantes Victor Rodrigues dos Santos, Deborah Marine Alves de Barros, Murilo Apolinário Prado e Sthefany Fernandes. Nesta olimpíada, o Câmpus Formosa teve também docente premiado. A professora Thaís Amaral e Souza e outros dois professores, de Águas Lindas de Goiás e Crixás, foram os únicos do estado a receber o título de Professor Destaque 2023.

Outros resultados estão sendo aguardados, mas o conhecimento já vale a participação. "Uma coisa que gosto muito no IF é o incentivo para o aluno fazer mais do que o obrigatório. Isso é um importante combate contra a mediocridade que vem cegando tantos estudantes pelo Brasil. O IF me proporcionou vários projetos, pude participar e coordenar vários, como o Conhecendo o IFG. Nesse caso, a ampla participação em olimpíadas foi o que me ajudou a chegar aqui. Muitas outras escolas simplesmente ignoram essas oportunidades olímpicas incríveis; por isso, tento divulgar elas ao máximo e fico feliz por fazer parte de uma instituição que fomenta as olimpíadas", congratulou o aluno.

*Crédito das fotos: Clara Sampaio e Daniel Ordine

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa